10.10.16

Todo o amor é imaginário - Padre Antônio Vieira

Os homens não amam aquilo que cuidam que amam. Por quê? Ou porque o que amam não é o que cuidam; ou porque amam o que verdadeiramente não há. Quem estima vidros, cuidando que são diamantes, diamantes estima e não vidros; quem ama defeitos, cuidando que são perfeições, perfeições ama, e não defeitos. Cuidais que amais diamantes de firmeza, e amais vidros de fragilidade: cuidais que amais perfeições angélicas, e amais imperfeições humanas. Logo os homens não amam o que cuidam que amam. Donde também se segue, que amam o que verdadeiramente não há; porque amam as coisas, não como são, senão como as imaginam, e o que se imagina, e não é, não o há no mundo.



Análise feita por Yasmin Souza:

Neste sermão produzido por Padre Vieira, a principal característica barroco presente e visível é o humanismo, onde se foca no sentimento, no amor; neste texto o autor relata que os homens amam o irreal, eles amam não o que realmente existe, mas sim, o que eles gostariam que existissem; e podemos trazer isso para o mundo atual, onde vivemos por aparência e não pela essência, e como esta no texto a aparência é algo frágil e com isso tiramos um ensinamento, não devemos viver ou amar pela aparência mas sim pelo real sentindo das coisas.