O blog Arcairroco foi criado pelo grupo da turma D, IFF Pádua, formado pelos alunos Gabriela Tostes, Gabrielly Rodrigues, João Victor de Paula, Lourran Claudio, Micaella Barcellos, Pedro Mendes e Yasmin Souza. Nele falaremos sobre Barroco e Arcadismo.
10.10.16
Todo o amor é imaginário - Padre Antônio Vieira
Os homens não amam aquilo que cuidam que amam. Por quê? Ou porque o que amam não é o que cuidam; ou porque amam o que verdadeiramente não há. Quem estima vidros, cuidando que são diamantes, diamantes estima e não vidros; quem ama defeitos, cuidando que são perfeições, perfeições ama, e não defeitos. Cuidais que amais diamantes de firmeza, e amais vidros de fragilidade: cuidais que amais perfeições angélicas, e amais imperfeições humanas. Logo os homens não amam o que cuidam que amam. Donde também se segue, que amam o que verdadeiramente não há; porque amam as coisas, não como são, senão como as imaginam, e o que se imagina, e não é, não o há no mundo.
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ResponderExcluirGostei da análise, mas acho importante ressaltarmos outras características do barroco presentes: o cultismo, caracterizado pelo emprego abusivo de figuras de estilo, como a metáfora e a hipérbole, e pelo jogo de palavras claramente visível no texto; e também o conceptismo, que é basicamente um jogo de ideias seguindo um raciocínio lógico, também claramente percebido no texto.
ResponderExcluirComo minha amiga disse e eu volto a ressaltar , o humanismo é a principal característica do barroco presente neste texto . O autor teve como foco maior o sentimento de amor , o qual ele afirmou que os homens ( de forma geral ) não amam o que existe na realidade , procuram mais " amores invisíveis ou imaginários".
ResponderExcluirE nos tempos de hoje , é certo afirmar que nos apaixonamos mais pela aparência do que pelo caráter! Como a " aparência " é uma coisa tão frágil , se nos apaixonarmos por alguma pessoa pelo fato dela ser bonita acabamos sofrendo .
Uma boa frase para deixar como aprendizado seria : " A beleza não é tudo , atração física é pouco , já a afinidade , indepente de tudo , tem um valor inestimável ."
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ResponderExcluirComo foi muito bem destacado por meus amigos esse texto tem o humanismo como principal é a principal característica(os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas). E nesse texto fala sobre um tipo de amor superficial em que o homen ama e busca algo que não existe. Isso acontece muito com todos hoje em dia, buscamos demais ver a aparência e não o caráter delas. Buscamos por amor o tempo todo, parece que vivemos para isso. Achei uma frase muito interessante para poder destacar.
ResponderExcluirPorque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...Devemos pensar assim ao invés de ficarmos nessa busca incessante que eles ficavam no humanismo pensarmos mais sobre o nosso amor e aguardar.
O dia vai chegar e devemos aproveitar nossa oportunidade não importa se é feio ou bonito,como dizem o amor é cego.
Gostei das análises, e achei bem legal a Gabriela ressaltar outras características do barroco presente no texto, como o jogo de palavras, que pra mim é um dos mais marcantes nesse sermão, acrescento ainda que também gostei muito da associação que a Yasmin fez com os dias de hoje,que estamos amando pela aparência e não essência,que o amor deixou de ser algo almejado por muitos e passou a ser só mais um sentimento banal.
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ResponderExcluirPadre Antônio Vieira utiliza-se muito do cultismo no texto, com esse jogo de palavras ele mostra que o homem não ama o que tem e sim o que gostaria de ter, vemos isso claramente na metáfora que ele faz no seguinte trecho: "Quem estima vidros, cuidando que são diamantes, diamantes estima e não vidros", (estimar seria dar valor à algo).
ResponderExcluirConcordo com todas as análises feitas, e reafirmo o fato de que o autor faz jus ao humanismo em seu texto, colocando o homem e seus sentimentos em foco, utilizando-se também dos diversos jogos de palavra normalmente empregados no Barroco. Achei o texto muito interessante e ressalto o fato de que é um texto antigo, porém de conteúdo atual, já que conseguimos visualizar isso nas diversas relações dos dias de hoje.
ResponderExcluirPessoal, não entendi muito bem o que vocês quiseram dizer com o humanismo ser uma caraterística do barroco (li isso mais de uma vez aqui). O barroco surgiu como uma forma de reagir às tendências humanistas, tentando reencontrar a tradição cristã. Então, isso não faz muito sentido.
ResponderExcluirO restante está muito bom!
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