O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.
Em todo o sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica o todo.
O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo
Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.
Em todo o sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica o todo.
O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo
Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.
Gregório de Matos
Análise do poema de Gregório de Matos por Gabriela:É facilmente percebido no texto o cultismo, característica do Barroco, que consiste em uma linguagem rebuscada e repleta de jogo de palavras e figuras de linguagem. Também é facilmente percebida a grande religiosidade do poema, outra característica do Barroco.Na segunda estrofe do poema, podemos perceber que o autor diz que "Em todo o sacramento está Deus todo", ou seja, que em todo sacramento está Deus por inteiro, e diz que Deus está inteiro em qualquer parte assistindo-nos, observando nossas ações. Gregório diz que o braço (de Jesus) é parte, mas também é todo. Tenta mostrar que com uma parte do todo, podemos encontrar o todo por inteiro.