21.11.16

Questão de Vestibular

(PUC) - Relacione as colunas:

1.Glauceste Satúrnio 
2.Alcindo Palmirendo 
3.Dirceu 
4.Termindo Sipílio 
5.Lereno

( ) Tomás Antônio Gonzaga 
( ) Cláudio Manuel da Costa 
( ) Basílio da Gama 
( ) Caldas Barbosa 
( ) Silva Alvarenga 

a) 3, 1, 5, 2, 4 
b) 3, 1, 4, 5, 2 
c) 1, 2, 3, 4, 5 
d) 3, 2, 4, 1, 5 
e) 3, 1, 4, 2, 5

Resposta certa: letra B mostra a ordem correta das obras.

20.11.16

Questão do ENEM

Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1)
Aqui me torna a pôr nestes outeiros, 
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros 
Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4)

Aqui estou entre Almendro, entre Corino, 
Os meus fiéis, meus doces companheiros, 
Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7)
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto, 
Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10)
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

Aqui descanse a louca fantasia, 
E o que até agora se tornava em pranto (verso 13)
Se converta em afetos de alegria.

Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o 
momento histórico de sua produção.
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.
Gabarito: B
Comentário: A alternativa B é a correta por mostrar essa oposição entre a Metrópole e a Colônia, característica do Arcadismo. Manoel da Costa compara por debaixo dos panos a Metrópole sendo Portugal, onde viveu e a Colônia sendo o Brasil, quando ele voltou para cá.


15.11.16

Marília de Dirceu- PARTE I\Lira I, Tomás Antônio Gonzaga

Marília de Dirceu

PARTE I
Lira I

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

que viva de guardar alheio gado,

de tosco trato, de expressões grosseiro,

dos frios gelos e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal e nele assisto;

6 dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

das brancas ovelhinhas tiro o leite

e mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Mar flua bela,

graças à minha estrela!


Eu vi o meu semblante numa fonte:

dos anos inda não está cortado;

Os pastores que habitam este monte

respeitam o poder do meu cajado.

Com tal destreza toco a sanfoninha,

que inveja até me tem o próprio Alceste:

ao som dela concerto a voz celeste,

nem canto letra que não seja minha.

graças, Marília bela,

graças à minha estrela!


Análise feita por Yasmin Souza:

Este poema intitulado como Marília de Dirceu, por ser longo foi dividido em partes, acima está citado um trecho da primeira parte escrita por Tomás Antônio Gonzaga antes da sua prisão (ocasionada pelo seu envolvimento na inconfidência mineira) , nesta parte o autor nos apresenta à Marília (inspirada em Maria Doroteia Joaquina de Seixas, uma jovem moradora da região de Vila Rica) e a Dirceu um pastor que seria o eu lírico deste, Dirceu estaria tentando demostras seus sentimentos por Marília e assim encontrasse uma característica do arcadismo que seria a exaltação da beleza de sua amada, e neste o autor tenta mostrar em uma linguagem simples, que a felicidade e a beleza decorrem da vida do campo (bucolismo),  e o autor tem a necessidade de mostrar que merece sua amada, e com isso ele conta seus projetos para com Marília que seria uma vida calma, sossegada típica do campo.

 

  • Basílio da Gama: ataques aos jesuítas e elogios ao marquês de Pombal
    Basílio da Gama: ataques aos jesuítas e elogios ao marquês de Pombal
José Basílio da Gama era filho do capitão-mor, Manuel da Costa Villas-Boas e de uma neta de Leonel da Gama Belles, oficial da Colônia, de quem adotou o nome. Estudou no Rio de Janeiro, no Colégio dos Jesuítas, mas com a expulsão da Companhia de Jesus, já noviço, transferiu-se para o Seminário Episcopal de São José.

Depois de passar por Coimbra e Lisboa, foi estudar em Roma, mas por ligações com os jesuítas, acabou sendo julgado pelo Tribunal da Inquisição e recebendo a pena de degredo em Angola. Depois, foi perdoado por Pombal, porque fez um "Epitalâmio" à filha do Marquês, onde elogia o Ministro e ataca os jesuítas.

Participou da efervescência do Arcadismo português, revelando assim, seu talento de poeta neoclássico, ao escrever poesias líricas e, especialmente, épica. Com O Uraguai consegue a celebridade, ao reverter o esquema épico tradicional; harmonizar a paisagem à ação épica, dando-lhe plasticidade, além de tratar os indígenas como matéria poética, e não apenas informativa. Utiliza os versos da tradição épica neolatina, o decassílabo, com o qual consegue efeitos sonoros e imagéticos que reforçam os significados.

O poema é também um canto de louvor à política de Pombal, com dedicatória ao Ministro da Marinha, Mendonça Furtado, irmão do mesmo Marquês, que trabalhou na demarcação dos limites setentrionais entre Brasil e América Espanhola, cumprindo o Tratado de Madri. Desde modo, acabou membro da Academia Real das Ciências de Lisboa.

Principais obras: "Epitalâmio às Núpcias da Senhora. Dona Maria Amália" (1769); "O Uraguai" (1769); "A Declamação Trágica" (1772);  "Quitúbia" (1791).


Fonte:http://educacao.uol.com.br/biografias/basilio-da-gama.htm

Biografia de Basílio da Gama por Lourran Claudio . 

14.11.16

Tomás Antônio Gonzaga

UOL

O poeta Tomás Antônio Gonzaga, patrono da cadeira no 37 da Academia Brasileira de Letras nasceu na cidade do Porto, em Portugal. Era filho do brasileiro dr. João Bernardo Gonzaga e de dona Tomásia Isabel Clark. Passou parte da infância em Recife e na Bahia, porém, ainda adolescente, retornou a Portugal para completar os estudos, e cursou direito na Universidade de Coimbra. Depois, se mudou para o Brasil para trabalhar como ouvidor e juiz. Aqui, pretendia se casar com a jovem Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Brandão, sua musa Marília.
Quando participara da Inconfidência Mineira, é preso e levado para o Rio de Janeiro. Quando sai da prisão, muda-se para Moçambique, na África, onde casa com Juliana de Sousa Mascarenhas.
Tomás Antônio Gonzaga é o pastor Dirceu, pseudônimo criado pelo poeta para seu conjunto de liras famosas intitulado Marília de Dirceu, publicadas em três partes nos anos de 1792, 1799 e 1812. Nessa obra, Dirceu é o pastor que cultiva o ideal da vida campestre, que vive entre ovelhas em uma choupana e aproveita o momento presente ao lado da amada Marília.
Tomás Antônio Gonzaga também ficou conhecido por suas Cartas Chilenas, compostas por 13 poemas satíricos escritos antes da Inconfidência Mineira. Novamente, Gonzaga cria personagens e pseudônimos: aqui, Critilo assina as cartas e as envia para Doroteu. O conteúdo das "cartas" são críticas ao suposto governador do Chile (onde vive Critilo) Fanfarrão Minésio, uma referência ao governador de Minas Gerais Luís da Cunha Meneses.


Fontes:
http://educacao.uol.com.br/biografias/tomas-antonio-gonzaga.htm
http://www.soliteratura.com.br/arcadismo/arcadismo03.php

Por: Gabriela Tostes e Yasmin de Souza
                                              CLÁUDIO MANUEL DA COSTA 





  Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) nasceu na zona rural de Ribeirão do Carmo, hoje Mariana, em Minas Gerais. Filho de João Gonçalves da Costa, ligado à mineração, e Teresa Ribeira de Alvarenga, natural de Minas Gerais. De família rica, estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro e em 1753 formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Em Portugal teve contato com as renovações da cultura empreendida pelo Marquês de Pombal e Verney. Iniciou sua carreira literária em 1768, com a publicação de "Obras Poéticas", livro que marca o início do arcadismo no Brasil, o poeta cultivou a poesia lírica e a épica. Na lírica o tema é a desilusão amorosa, na épica sua poesia é inspirada na descoberta das minas, na saga dos bandeirantes e nas revoltas locais. Tornou-se conhecido também por sua participação na Inconfidência Mineira, movimento pela independência do Brasil, que ocorreu em 1789 em Vila Rica.
 Cláudio Manuel da Costa foi levado para prisão, no dia 25 de maio de 1789 e encontrado morto no dia 4 de julho do mesmo ano.

Algumas de suas obras:

Munúsculo Métrico, poesia, 1751
Labirinto de Amor, 1753
Números Harmônicos Temperados em
Heroica e Lírica Ressonância, poesia, 1753
Obras Poéticas, poesia, 1768
Vila Rica, poesia, 1839 

Fonte: https://www.ebiografia.com/claudio_costa/
Imagem: http://arcadismonobrasiliteratura.blogspot.com.br/2013_09_01_archive.html

Biografia de Cláudio Manuel da Costa por Gabrielly Rodrigues e Pedro Lucas Mendes 


Cartas Chilenas, Tomás Antonio Gonzaga

Capa da obra Cartas Chilenas

As Cartas Chilenas são 13 cartas escritas por Critrilo (pseudônimo do autor que por muito tempo ficou obscuro) relatando os desmandos, atos corruptos, nepotismo, abusos de poder, falta de conhecimento e tantos outros erros administrativos, jurídicos e morais quanto pudessem ser relatados em versos decassílabos do "Fanfarrão Minésio" ( o governador Luís Cunha Meneses) no governo do "Chile" (a cidade de Vila Rica). 

Elas são sempre dirigidas a "Doroteu" (que tem uma epístola após as 13 cartas), ninguém mais do que Cláudio Manuel da Costa.

As Cartas chilenas, por outro lado, completam a obra de Gonzaga.

São poemas satíricos que circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidência Mineira.

Esses poemas eram escritos em versos decassílabos e tinham a estrutura de uma carta, assinada por Critilo e endereçada a Doroteu, residente em Madri. 

Nessas cartas, Critilo, habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica), narra os desmandos e arbitrariedades do governador chileno, um político sem moral, despótico e narcisista, o Fanfarrão Minésio (na realidade, Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais até pouco antes da Inconfidência). 

Estes poemas foram escritos numa linguagem bastante satírica e agressiva, e sua verdadeira autoria foi discutida por muito tempo. 

Após os estudos de Afonso Arinos e, principalmente, do trabalho de Rodrigues Lapa, a dúvida acabou: Critilo é mesmo Tomás Antônio Gonzaga e Doroteu é Cláudio Manuel da Costa.