15.11.16

Marília de Dirceu- PARTE I\Lira I, Tomás Antônio Gonzaga

Marília de Dirceu

PARTE I
Lira I

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

que viva de guardar alheio gado,

de tosco trato, de expressões grosseiro,

dos frios gelos e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal e nele assisto;

6 dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

das brancas ovelhinhas tiro o leite

e mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Mar flua bela,

graças à minha estrela!


Eu vi o meu semblante numa fonte:

dos anos inda não está cortado;

Os pastores que habitam este monte

respeitam o poder do meu cajado.

Com tal destreza toco a sanfoninha,

que inveja até me tem o próprio Alceste:

ao som dela concerto a voz celeste,

nem canto letra que não seja minha.

graças, Marília bela,

graças à minha estrela!


Análise feita por Yasmin Souza:

Este poema intitulado como Marília de Dirceu, por ser longo foi dividido em partes, acima está citado um trecho da primeira parte escrita por Tomás Antônio Gonzaga antes da sua prisão (ocasionada pelo seu envolvimento na inconfidência mineira) , nesta parte o autor nos apresenta à Marília (inspirada em Maria Doroteia Joaquina de Seixas, uma jovem moradora da região de Vila Rica) e a Dirceu um pastor que seria o eu lírico deste, Dirceu estaria tentando demostras seus sentimentos por Marília e assim encontrasse uma característica do arcadismo que seria a exaltação da beleza de sua amada, e neste o autor tenta mostrar em uma linguagem simples, que a felicidade e a beleza decorrem da vida do campo (bucolismo),  e o autor tem a necessidade de mostrar que merece sua amada, e com isso ele conta seus projetos para com Marília que seria uma vida calma, sossegada típica do campo.

 

  • Basílio da Gama: ataques aos jesuítas e elogios ao marquês de Pombal
    Basílio da Gama: ataques aos jesuítas e elogios ao marquês de Pombal
José Basílio da Gama era filho do capitão-mor, Manuel da Costa Villas-Boas e de uma neta de Leonel da Gama Belles, oficial da Colônia, de quem adotou o nome. Estudou no Rio de Janeiro, no Colégio dos Jesuítas, mas com a expulsão da Companhia de Jesus, já noviço, transferiu-se para o Seminário Episcopal de São José.

Depois de passar por Coimbra e Lisboa, foi estudar em Roma, mas por ligações com os jesuítas, acabou sendo julgado pelo Tribunal da Inquisição e recebendo a pena de degredo em Angola. Depois, foi perdoado por Pombal, porque fez um "Epitalâmio" à filha do Marquês, onde elogia o Ministro e ataca os jesuítas.

Participou da efervescência do Arcadismo português, revelando assim, seu talento de poeta neoclássico, ao escrever poesias líricas e, especialmente, épica. Com O Uraguai consegue a celebridade, ao reverter o esquema épico tradicional; harmonizar a paisagem à ação épica, dando-lhe plasticidade, além de tratar os indígenas como matéria poética, e não apenas informativa. Utiliza os versos da tradição épica neolatina, o decassílabo, com o qual consegue efeitos sonoros e imagéticos que reforçam os significados.

O poema é também um canto de louvor à política de Pombal, com dedicatória ao Ministro da Marinha, Mendonça Furtado, irmão do mesmo Marquês, que trabalhou na demarcação dos limites setentrionais entre Brasil e América Espanhola, cumprindo o Tratado de Madri. Desde modo, acabou membro da Academia Real das Ciências de Lisboa.

Principais obras: "Epitalâmio às Núpcias da Senhora. Dona Maria Amália" (1769); "O Uraguai" (1769); "A Declamação Trágica" (1772);  "Quitúbia" (1791).


Fonte:http://educacao.uol.com.br/biografias/basilio-da-gama.htm

Biografia de Basílio da Gama por Lourran Claudio .