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17.10.16

Amor e Tempo, Pe. Antônio Vieira

AMOR E TEMPO

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor?! O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar menos.
Padre Antônio Vieira. 
Análise feita por Lourran:

Nesse sermão temos como principal característica do barroco o tema da passagem do tempo, o tempo, veloz e avassalador, tudo destrói em sua passagem, vivê-las, antes que terminem, ou renunciar ao passageiro e entregar-se à eternidade? Podemos ver também que o escritor insiste em que o amor é passageiro "por isso os antigo sabiamente desenhavam um amo ar menino, porque sabiam que era passageiro. De começo algo é bom para você depois de um tempo o relacionamento começa a se desgastar e perder a graça, e isso foi muito bem dito, mas isso é do tempo. Quando meu amor vai terminar? Só o tempo pode dizer.

10.10.16

Todo o amor é imaginário - Padre Antônio Vieira

Os homens não amam aquilo que cuidam que amam. Por quê? Ou porque o que amam não é o que cuidam; ou porque amam o que verdadeiramente não há. Quem estima vidros, cuidando que são diamantes, diamantes estima e não vidros; quem ama defeitos, cuidando que são perfeições, perfeições ama, e não defeitos. Cuidais que amais diamantes de firmeza, e amais vidros de fragilidade: cuidais que amais perfeições angélicas, e amais imperfeições humanas. Logo os homens não amam o que cuidam que amam. Donde também se segue, que amam o que verdadeiramente não há; porque amam as coisas, não como são, senão como as imaginam, e o que se imagina, e não é, não o há no mundo.



Análise feita por Yasmin Souza:

Neste sermão produzido por Padre Vieira, a principal característica barroco presente e visível é o humanismo, onde se foca no sentimento, no amor; neste texto o autor relata que os homens amam o irreal, eles amam não o que realmente existe, mas sim, o que eles gostariam que existissem; e podemos trazer isso para o mundo atual, onde vivemos por aparência e não pela essência, e como esta no texto a aparência é algo frágil e com isso tiramos um ensinamento, não devemos viver ou amar pela aparência mas sim pelo real sentindo das coisas.

30.9.16

O amor fino

O amor fino não busca causa nem fruto. Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: e amor fino não há-de ter porquê nem para quê. Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo: se amo, para que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há-de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo; amo, ut amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam é agradecido. quem ama, para que o amem, é interesseiro: quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino. 
Padre António Vieira, in "Sermões" 

Análise do texto Padre Antônio Vieira por João Victor:

No período do Brasil colonial foi de grande expansão do catolicismo na região. O catolicismo atormentava pela ideia do pecado e busca a salvação de forma angustiada. Entre outras, essas são as principais características do barroco, o apelo a religião.
O texto, "o amor fino", mostra muito dessa ideia da religião sobre tudo, também o autor é um padre, símbolo do catolicismo. O texto passa a ideia de como é amar de acordo com os princípios do catolicismo.

Análise feita pelo aluno João Victor De Paula.